“Irmãos, quanto aos dons espirituais, não quero que vocês
sejam ignorantes.” (1 Coríntios 12:1 – NVI).
Sobre a questão dos carismas, ou seja, os dons, um dos
maiores pastores e teólogos Presbiteriano, doutor R. C. Sproul, escreve:
“A questão do falar em línguas certamente não foi ignorada pelos grandes santos [...] Lutero e Calvino falavam favoravelmente sobre o dom, embora pareçam tê-lo ligado à pregação missionária [...]” (SPROUL, 2013, p.141).
Mas o que diz o próprio reformador João Calvino sobre os dons e sua continuidade ou cessação dos dons extraordinários? Pontuamos algumas coisas.
“A questão do falar em línguas certamente não foi ignorada pelos grandes santos [...] Lutero e Calvino falavam favoravelmente sobre o dom, embora pareçam tê-lo ligado à pregação missionária [...]” (SPROUL, 2013, p.141).
Mas o que diz o próprio reformador João Calvino sobre os dons e sua continuidade ou cessação dos dons extraordinários? Pontuamos algumas coisas.
1. Comentando sobre 1 Co 13, Calvino entende que os dons
cessarão de "fato e final" na parúsia:
"Mas quando tal perfeição virá? Em verdade, ela começa
na morte, quando nos despimos das inúmeras fraquezas juntamente com o corpo;
ela, porém não será plenamente estabelecida, até que chegue o dia do juízo
final, como logo veremos. Portanto, desse fato concluímos que é algo em extremo
estupido alguém fazer toda essa discussão aplicar-se ao estado
intermediário" (CALVINO, 2015a, p.467).
2. Para Calvino, se Deus assim quiser pode conceder os dons,
até mesmo a semelhança do apostolado (veja o final):
"Paulo nomeia, primeiro, os apóstolos; depois, os
profetas; depois, os evangelistas; depois, os pastores; e, por fim, os doutores
(Ef 4, 2). Entre esses encargos, somente os dois últimos possuem múnus
permanente na Igreja; os outros três foram suscitados pelo Senhor no início de
seu reino, isto é, quando o Evangelho começou a ser pregado, e, por vezes,
ainda os suscita na medida em que a necessidade dos tempos o exige."
(CALVINO, 2009, p.502).
3. O que se nota em Calvino é que ele não era extremista e
desrespeitoso com aqueles que pensavam diferente em relação aos carismas. Ele
escreve:
“[...] Se porventura alguém tiver outra opinião, estou
disposto a reconhecer que há espaço para a mesma, e não provocarei nenhuma
controvérsia por causa disto. Pois é difícil mudar a mente de alguém sobre os
dons e os ofícios, dos quais a igreja foi privada por tanto tempo, a não ser
aqueles leves traços ou sombras deles que ainda podem ser percebidos” (CALVINO,
2015a, p.451).
Não precisamos ter medo de falar dos carismas. Eles são presentes da graça de Deus. A solução não é proibir, e sim utilizar de acordo com as diretrizes da Bíblia Sagrada.
Não precisamos ter medo de falar dos carismas. Eles são presentes da graça de Deus. A solução não é proibir, e sim utilizar de acordo com as diretrizes da Bíblia Sagrada.
Att, Rev. Luciano A. Betim
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REFERENCIAS
BÍBLIA Sagrada. Nova Versão Internacional. São Paulo:
Editora Vida, 2007.
CALVINO, João. Série comentário bíblicos: 1 Coríntios. São
José dos Campo, SP: Fiel, 2015a.
CALVINO, João. A Instituição da Religião Cristã, Tomo II.
São Paulo: Editora Unesp, 2009.
SPROUL, R. C. O
mistério do Espírito Santo. São Paulo: Cultura Cristã, 2013.
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