CRIANÇAS NA MESA DO SENHOR: VAMOS REFLETIR SOBRE ISSO?

Que os pequeninos devem ser batizados como sinal de que pertencem a família da aliança não há dúvidas. Mas e quanto a participação das crianças herdeiras da aliança na Ceia do Senhor?

Esse assunto tem sido discutido nas igrejas reformistas. Algumas igrejas entendem que sim, outras, não.

Segue abaixo alguns apontamentos históricos.

1. Parece que na igreja antiga as crianças participavam da ceia

Dois importantes pais da igreja, Cipriano e Agostinho, se mostravam favoráveis a participação dos infantes na Ceia do Senhor.[1]

Se isso era comum na patrística ainda é questão de estudos mais aprofundados. Mas há evidências da prática.

2. Calvino admitiu o costume antigo, mas não endossou a prática em seu tempo

João Calvino, reformador de Genebra, admitiu que esse era o costume a participação infantil nos primeiros séculos da igreja, entretanto o reformador não endossou a continuidade da prática nas igrejas reformadas de seu tempo.[2]

3. Igrejas reformistas que permitem a participação das crianças na Ceia do Senhor

Além das igrejas luteranas e metodistas, algumas denominações situadas na tradição reformada já permitem a participação das crianças batizadas na Ceia do Senhor:

Igreja Valdense

Igreja Presbiteriana da Colômbia

Igreja Presbiteriana de Costa Rica

Igreja Presbiteriana Nacional do México

Igreja Presbiteriana Nacional de Honduras

Igreja Reformada de Honduras

Igreja Reformada Calvinista de El Salvador

Igreja Reformada Argentina.[3]

Lembremo-nos que as crianças participavam da Páscoa do Antigo Testamento, um símbolo de Cristo, nosso cordeiro pascal. Se os pequeninos desfrutavam do símbolo, por que não participar da realidade cumprida em Cristo, simbolizada pela Santa Ceia?

Pense nisso.

Att, Rev. Luciano A. Betim

[1] MANUAL do Culto. São Paulo: Editora Pendão Real, 2011, p.462-463.

[2] CALVINO, João. As Institutas ou Tratado da Religião Cristã: Edição Clássica (volume 4). São Paulo: Cultura Cristã, 2006, p.336-337.

[3] MANUAL do Culto. São Paulo: Editora Pendão Real, 2011, p.465.

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